domingo, 28 de novembro de 2010

FRUSTRAÇÃO AO DESCONHECIDO

Ainda que meus conhecimentos vastem a Biblioteca Nacional,
todo meu vocabulário por mais extenso que seja,
nada seria capaz de me fazer decifrar o desconhecido.
Invólucro, incume, encoberto de si mesmo,

obscuro, escondido de tudo e de todos.
Sorrateiro, trapaceiro manipulador do destino
Onde o uno e o verso parecem únicas formas distintas.
Desconhecido, grande mistério que me causa Medo.

Ora porém, tu me causastes a ânsia e o desejo
Agora pois, incubado em mim mesmo
Busco a melhor forma de desvendar tal mistério
Que tu mesma, que me causaste, também tens tanto medo.

A curiosidade me faz subir a mais alta montanha
Em busca talvez da fotografia mais perfeita
Porém, nada me faz mergulhar do penhasco
De tanto medo que o desconhecido me traz.

Contigo tudo me parece tão normal
Ao som da tua voz encontro conforto platônico
E de Platão já extraio o mistério do novo desejado
Então o medo vem à tona. E na memória o som mais cobiçado.

Do desejo o acaso de novos desejos
Do som da tua voz, a ânsia não só pelo beijo
Mas do sabor estranho de teus amantes mais perfeitos
E mais uma vez o mistério me causa o medo.


Quanta frustração me causa o desconhecido
Que tu mesma me forçaste a perceber tal existência
Agora, emplacado pelo querer de te ter sempre ao meu lado
Devo enfrentar o Senhor dos Mistérios, para saciar meu desejo.

Movido pelo sentimento de paz que tua voz me traz
Pelo que já me fizeste a montanha escalar
Pelo presente da paisagem mais bonita
Para vencer a batalha, me resta por ti do penhasco mergulhar.

O desconhecido será vencido, derrotado.
Quando enfim a paixão vencer o medo
Todas as frustrações serão apagadas
E o misterioso, ao seu lado, por você, farei tornar verbo.